Chapter 4:
Zumbi: Silêncio da Horda
— lentos emergindo da estrada, rápidos correndo entre as árvores, e os urros, cujos gritos ecoavam na floresta, chamando hordas ainda maiores.
O blindado, a poucos metros da traseira, soltou outro rugido, suas garras rasgando o para-choque. Joseph olhou para Marcelo Brooks, encolhido no banco traseiro, a faca inútil contra aquele monstro.Ellen, com o machado, e Tom, ao volante, gritavam ordens contraditórias, enquanto o relógio de Joseph vibrava: Horda intensificada; núcleo a 300 metros; Porto Claro a 8km. Fome e cansaço nublavam sua visão, mas ele precisava agir.
Joseph sabia que a explosão da granada seria um farol para cada zumbi em Refúgio Alto, mas esperar mais um segundo podia ser o fim. Porto Claro, com seus hotéis seguros e lojas militares, estava tão perto
— luzes já visíveis no horizonte. Ele não podia falhar, não com Marcelo contando com ele.O projétil voou, e por um instante, o mundo pareceu parar. A explosão veio, um estrondo que fez a neve voar e os ouvidos de todos zumbirem.
O blindado foi lançado para trás, pedaços de sua carne endurecida espalhando-se pela estrada, mas o barulho reverberou como um trovão. Gemidos responderam imediatamente— dezenas, talvez centenas, de zumbis despertando. O relógio de Joseph atualizou: Horda massiva detectada; fuja para Porto Claro.
"Você acabou com a gente!", gritou Tom, virando o volante para evitar um grupo de zumbis lentos que bloqueava a estrada.Marcelo agarrou o banco, os olhos arregalados. "Joseph, o que a gente faz agora?", perguntou, a voz quase perdida no caos.
"Dirija!", ordenou Joseph, apontando o fuzil com silenciador pela janela. Ele disparou contra dois zumbis rápidos que tentavam escalar o jipe, os tiros abafados derrubando-os na neve.Ellen, ao lado, usava o machado para afastar outro, mas sua respiração estava pesada, o cansaço visível. "Tom, mantenha a estrada. Porto Claro tá logo ali.
Não pare por nada."O motorista assentiu, suando, mas a estrada à frente estava ficando pior. Zumbis lentos formavam uma barreira, e um novo urro, mais próximo, soltou um grito que fez o estômago de Joseph gelar.— o frasco do zumbi vermelho ainda estava lá, intacto. Era a chave para negociar em Porto Claro, onde médicos pagavam 200 pontos por frascos, ou para produzir a vacina básica que poderia imunizá-los contra mordidas. Mas sobreviver até lá era o problema.
Ellen virou-se no banco, os olhos faiscando. "Você disse 70 pontos pela carona. Quero o resto agora, ou paramos aqui." Sua mão apertava o machado, e Tom desacelerou ligeiramente, como se apoiasse a ameaça.Marcelo engasgou, olhando para Joseph.
Eles tinham apenas 20 pontos combinados, e mentir agora podia custar caro."Vocês vão ter seus pontos em Porto Claro", disse Joseph, a voz calma, mas firme, como em seus dias de sargento."Mas se pararem, ninguém chega lá. Olhem atrás." Ele apontou para a horda, agora visível no retrovisor: dezenas de zumbis, incluindo outro blindado, correndo atrás. Ellen hesitou, mas assentiu, voltando a vigiar a janela.
Tom acelerou, o jipe saltando sobre sulcos na neve. A estrada estreitava, flanqueada por pinheiros cobertos de gelo. Joseph verificou o relógio novamente: Núcleo intensificando horda; destruição crítica.O núcleo, a 300 metros, era a raiz do problema, seu ar vermelho atraindo zumbis como um ímã. Destruí-lo exigiria explosivos e tempo, coisas que eles não tinham agora. Porto Claro era a única saída.
De repente, um zumbi urro pulou na frente do jipe, seu grito ensurdecedor paralisando todos por um segundo. Tom girou o volante, mas o jipe bateu num tronco caído, e o motor morreu.O silêncio que se seguiu foi pior que qualquer barulho. Gemidos cercavam o veículo, e o urro, ainda vivo, preparava outro grito. Joseph olhou para Marcelo, depois para Ellen e Tom.
O frasco na mochila valia uma fortuna, mas sem o jipe, não valia nada.A cidade verde estava a poucos quilômetros, mas a horda estava muito mais perto. Cada passo seria uma luta, e o preço do silêncio já tinha sido pago com barulho.
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