Chapter 3:
Zumbi: Silêncio da Horda
A 50 metros, o jipe agora silencioso era a única chance de fuga, mas os dois estranhos — a mulher com o machado e o homem com a espingarda sem silenciador — hesitavam, os olhos arregalados entre Joseph, Marcelo Brooks, e a horda.
O relógio de pontos de Joseph marcava 40 pontos, insuficiente para o blefe que ele jogara: 100 pontos e comida por uma carona. A fome o fazia tremer, o cansaço nublava seus reflexos, mas ele segurava o fuzil M4 com silenciador, pronto para agir."Vocês têm três segundos pra decidir", disse Joseph, a voz baixa, mas firme, mirando um zumbi rápido que se aproximava do jipe. "Carona, ou morremos todos."
Ele disparou, o som abafado do silenciador derrubando o rápido com um tiro na cabeça. Marcelo, ao seu lado, segurava a faca de cozinha com força, o revólver .38 sem silenciador guardado para evitar barulho.O garoto, pálido de fome, olhou para Joseph, esperando um plano. Seu relógio vibrou, o mapa mostrando o núcleo a 500 metros, seu ar vermelho manchando o horizonte, atraindo mais sombras.
A mulher do jipe, com cabelos grisalhos presos e cicatrizes no rosto, ergueu o machado. "Setenta pontos, metade agora, e vocês entram", respondeu, prática. "Mas se atraírem mais zumbis, ficam pra trás.O homem ao seu lado, barba rala e mãos trêmulas, parecia discordar, mas um olhar dela o calou. "Eu sou Ellen. Ele é Tom. Subam."
Joseph assentiu, calculando. Setenta pontos eram mais do que ele e Marcelo tinham, mas negociar era melhor que lutar contra o blindado.Feito. Trinta agora, o resto em Porto Claro." Ele tocou o relógio, transferindo 30 pontos para o dispositivo de Ellen, deixando-o com apenas 10. Marcelo, com 20 pontos, hesitou, mas transferiu 10, murmurando um palavrão.
Ellen verificou seu relógio, que piscou confirmando a transação, e abriu a porta traseira do jipe. "Rápido."
Joseph empurrou Marcelo para dentro, subindo logo atrás. Tom ligou o motor, mantendo-o em baixa rotação para minimizar o barulho, enquanto Ellen vigiava pela janela, o machado pronto.O jipe começou a se mover, mas o blindado, agora a 30 metros, soltou outro rugido, atraindo zumbis lentos e dois rápidos que surgiram da floresta.
"Vai, Tom!", gritou Ellen, enquanto um rápido bateu na lateral do jipe, as garras arranhando o metal.Joseph abriu a janela, mirou com o silenciador e disparou, derrubando o rápido. "Mantenha o motor baixo", ordenou, sabendo que um ronco mais forte atrairia uma horda maior.
Marcelo, encolhido no banco, segurava a faca, os olhos fixos no blindado, que corria atrás do jipe, esmagando neve e zumbis lentos no caminho.
"Joseph, ele tá ganhando!", disse, a voz trêmula."Calma, garoto", respondeu Joseph, embora seu coração batesse rápido. Ele verificou o relógio: uma notícia nova piscava: Núcleo em Refúgio Alto intensifica horda; Porto Claro a 10km.Porto Claro, a cidade verde onde militares mantinham hotéis e lojas seguras, era o destino. Lá, poderiam vender o frasco por pontos, comprar comida, talvez até silenciadores para o revólver de Marcelo.
Mas primeiro, precisavam sobreviver.Ellen girou no banco, os olhos estreitos. "Vocês têm mais frascos? Ouvi que estão coletando pros médicos de Porto Claro. Pagam 200 pontos por um." Sua voz era desconfiada, mas interessada. Tom, dirigindo, resmungou algo sobre “estrangeiros arriscados”, mas manteve o foco na estrada."Só esse", disse Joseph, protegendo a mochila. Ele não confiava em Ellen, mas a menção aos médicos confirmava rumores: Porto Claro estava pesquisando vacinas raras, capazes de duplicar força ou velocidade.
O frasco era sua moeda de troca, mas revelá-lo agora era arriscado. "E vocês? Mercadores ou bandidos?"Ellen riu, seca. "Mercadores, mas não idiotas. Vendemos gasolina e munição em Porto Claro. James Ward já tentou nos recrutar, mas recusamos.Ele não gosta de ‘não’." O nome de James fez Joseph cerrar os punhos. O líder rival era uma ameaça crescente, e seu enclave hostil controlava partes de Refúgio Alto.
Antes que Joseph respondesse, o jipe balançou. O blindado, mais rápido do que parecia, colidiu com a traseira, o impacto jogando todos para frente.Tom xingou, acelerando, e o motor rugiu alto. "Não!", gritou Joseph, mas era tarde. O barulho ecoou, e gemidos responderam — zumbis urros, escondidos na floresta, soltaram gritos que chamaram mais sombras.
O mapa no relógio de Joseph atualizou: Horda reforçada; núcleo a 400 metros."Armas silenciosas!", ordenou Joseph, mirando pela janela. Ele disparou no blindado, mas as balas ricochetearam na pele endurecida.Ellen golpeou um zumbi rápido com o machado através da janela, enquanto Marcelo, pálido, segurava a faca, inútil contra o monstro. "Precisamos de explosivos!", disse Joseph, verificando a mochila.
Joseph olhou para Marcelo, depois para Ellen. A granada era a única chance, mas o barulho podia condená-los. Ou eles arriscavam agora, ou o blindado os esmagaria antes de chegarem à cidade verde.
"Segurem-se", disse Joseph, puxando o pino da granada. Ele precisava decidir: jogar agora e rezar para o silêncio da neve abafar o estrondo, ou esperar e confiar na velocidade do jipe. O destino de todos pendia na sua escolha.
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