Chapter 1:

Life, Afterlife — Livro 1 part. 1

(PT-BR) Life, Afterlife: Various Lifes in Another World (Vol 1)




[LIGHT NOVEL]

Life, Afterlife —Varias vidas em outro mundo.— Livro #1

por chuuni

 

Prólogo: Trovão do Destino

 

 A chuva castigava a cidade, transformando as ruas em rios de reflexos distorcidos pelas luzes dos postes. Ele corria sem rumo sob o céu tempestuoso, o som dos trovões ecoando em seu peito como batidas de um destino iminente.

— Droga, eu preciso chegar logo em casa... — murmurou, sentindo a camisa grudada ao corpo encharcado.

 Seus passos ecoavam contra o asfalto molhado enquanto ele atravessava o parque quase deserto. O vento gelado cortava sua pele, e os galhos das árvores balançavam como braços tentando agarrá-lo. O céu se iluminou em um clarão, revelando a expressão aflita em seu rosto. E então, com muita força, galhos de árvore se destacam das árvores, saem voando em direção a ele e batem em seu corpo, o atingindo. Seu corpo ficou coberto por feridas e hematomas, ele estava muito ferido, enfraquecido, e bem mais suscetível a desmaiar do que jamais esteve.

— Argh! Mas o que tá acontecendo comigo hoje? Uma maré de azar? M-mas que droga! — ofegou, agora ferido, tentando ignorar o peso estranho que sentia no peito. Ele estava na rua de sua residência. Normalmente, uns 30, 40 passos o fariam chegar em casa agora, mas, seu estado atual está longe de ser o normal. Um vento gélido extremamente forte uivou e começou a cortar a rua em que o jovem se encontrava. Ele sentia muita dor, e pelejava para dar passos adiante, os 30, 40 passos para chegar em sua casa se tornaram 100, 1.000, como se a estrada tivesse dobrado de largura. Sua situação era desesperadora, tanto, que ele começou a suplicar: — ALGUÉM ME AJUDE, POR FAVOR!! SOCORRO! Eu quero... eu preciso... chegar... em casa... por favor......

 De repente, um estalo rasgou o ar. Haruto Takemoto parou, o coração disparado. Um sussurro foi o que ele ouviu, em uma fração de segundos, foi algo sobrenatural, como o tempo tivesse parado ali. — Salvar, por favor... salve... por favor... me salve... — E, de repente, um trovão rugiu tão alto que o chão pareceu vibrar sob seus pés. Então, no instante seguinte, o tempo pareceu desacelerar. Seus olhos se ergueram para o céu e, por um breve momento, ele viu um raio se formar nas nuvens, serpenteando em direção à terra.

— ...!!! — tentou recuar, mas já era tarde.

No exato instante em que o trovão rugiu, um raio cortou o céu, atingindo Haruto com uma força que ele nunca imaginou ser possível. O mundo se dissolveu em luz, som e dor. Haruto não teve tempo de gritar. E então, veio a escuridão. E, então, o silêncio tomou conta.

 

Capítulo 1: Despertar em um Novo Mundo

 

 O calor do sol atravessava as pálpebras de Haruto, despertando-o de um sono profundo. O aroma fresco do mato e o som das folhas farfalhando ao vento indicavam que ele não estava mais em sua cidade. Ao abrir os olhos, deparou-se com um céu azul imenso, cercado por árvores majestosas que se erguiam como pilares de uma catedral natural. Ele estava em uma linda floresta mágica, sem nem saber.

— Onde... eu estou? — murmurou, sentando-se enquanto tentava processar a situação.

 Suas roupas eram as mesmas de antes, mas o ambiente ao redor parecia saído de um conto de fantasia. Ervas de cores vibrantes cresciam entre pedras musgosas, e pequenos seres alados semelhantes a fadas pairavam ao longe.

 Confuso, Haruto levantou-se e começou a caminhar, guiado pelo som de um riacho próximo. Conforme avançava, sentia uma mistura de medo e curiosidade. O ar fresco enchia seus pulmões, mas a incerteza o mantinha alerta.

— Será que estou sonhando? — pensou, tocando o tronco áspero de uma árvore. Ele passa a mão nas folhas da árvore, aos poucos entendendo que não, nada disso era um sonho. Era uma realidade nova, tão assustadora quanto encantadora. Afinal, Haruto sempre foi um jovem afastado da humanidade. Desde pequeno, ele não sentia apreço pelas pessoas, que não fossem seu pai e sua mãe, os únicos de quem gostara de verdade. Por mais que não desse para considerá-lo um nerd otaku doido por mangás e action figures, por ser um rapaz que sempre trabalhou e estudou sua vida toda, ele sim era recluso quando se tratava de outras pessoas. Mas tinha um gênero de literatura que o fascinava: Reencarnação em outro mundo. Ele lia vários mangás e Light Novels, pois sempre gostava de se imaginar vivendo aquilo por conta própria. E, pelo que parece agora, é essa a realidade em que ele se encontra agora.

 Após alguns minutos caminhando, vendo insetos e pequenos animais completamente diferentes dos que se encontra na Terra, encontrou um riacho, cuja água cristalina refletia seu rosto. Ele se agachou para beber e, ao tocar a superfície, um círculo mágico brilhou sob seus pés. O susto o fez recuar, mas o brilho desapareceu tão rápido quanto surgiu.

— Ah meu pai! Isso foi... magia? — sussurrou, o coração acelerado.

 Antes que pudesse raciocinar, o som de galhos quebrando alertou-o para a presença de alguém. Ao se virar, avistou uma alta figura encapuzada aproximando-se lentamente.

— Quem é que tá aí? — perguntou Haruto, tentando parecer firme.

 O estranho retirou o capuz, revelando um rosto jovem com trajes medievais comuns, cabelos longos castanhos e um olho dourado penetrante, enquanto seu olho esquerdo era coberto por um monóculo fosco. Seu olhar transmitia calma, mas algo em sua postura sugeria que não era uma pessoa comum.

— Não tenha medo. Meu nome é Volten Ragenhilde. Parece que você acabou de chegar a Luminugica, não é mesmo? Haha~ — disse o homem, com um sorriso de dar calafrios.

Haruto, ainda atordoado, deu um passo para trás. O nome, ou melhor, a presença daquele homem não parecia algo comum. Por que ele parecia estar me aguardando? Tudo isso estava de fato, estranho, e com certeza suspeito.

— Luminugica? Como é que é? Eu... onde estou? O que aconteceu? — a pergunta escapou dos lábios de Haruto, sua mente ainda processando a impossibilidade de tudo o que estava acontecendo.

 Volten abriu um sorriso, uma expressão enigmática que não alcançava seus olhos.

— Você se encontra em Solaria, um dos reinos de Luminugica, jovem Haruto. E quanto ao que aconteceu... — Ele fez uma pausa, observando Haruto com uma expressão calculista. — Já era esperado que você viesse parar aqui, mas ainda há muito para entender sobre este lugar. Sobre você. Até eu tenho que entender isso direito ainda, haha.

 Antes que Haruto pudesse perguntar mais, Volten ergueu a mão, como se desejasse interromper qualquer tentativa de questionamento.

— Mas... eu não sou o único com segredos. Haverá outros que irão procurar respostas, assim como você. Este é apenas o começo de sua jornada.

 Haruto sentiu um calafrio percorrer sua espinha. As palavras de Volten pareciam carregadas de um significado oculto, e ele não sabia se estava pronto para enfrentar as respostas que esse novo mundo teria a oferecer.

O olhar penetrante de Volten nunca se afastou de Haruto. A sensação de estar sendo observado estava se tornando quase insuportável. Ele tentou reunir suas forças para se concentrar, mas tudo parecia tão surreal e tão longe de tudo o que conhecia. Ele sentia que sua vida no Japão, com as suas pequenas preocupações cotidianas, agora era parte de um passado distante, talvez irrelevante, e talvez até, para sempre irrelevante. Aqui, nesse novo mundo, a única coisa que importava era o momento presente.

Volten deu um passo à frente, e a aura ao seu redor parecia se intensificar, como se o próprio ar se tornasse mais denso. O brilho dourado em suas vestes parecia emanar uma energia própria, quase mágica, e esferas coloridas e brilhantes começam a surgir em sua volta.

— Como você pode ver, este é o mundo onde a magia é essencial, e os sonhos se tornam realidade. — Volten disse de forma serena, mas com um tom quase desdenhoso. — Mas a verdade não é essa. A verdade sobre esse mundo, é que... — Ele é interrompido — Mas... quem é você, afinal? — A pergunta escapou da boca de Haruto, sem filtro. O mistério daquele homem era tão grande que ele não conseguia mais ignorá-lo.

 Volten sorriu com um ar de satisfação.

— Eu sou apenas um guia, esse é meu papel por enquanto. Solaria é o coração de Luminugica, e você, Haruto, eu acho que você tem um papel a desempenhar aqui. Um papel que até eu ainda não compreendo, mas que logo será claro. Haha~ — Ele então ri, depois, sussurra — Eu estou ansioso para ver o desfecho...

 Haruto sentiu um calafrio ao ouvir aquelas palavras. Não sabia ao certo o que Volten queria dizer com aquilo, mas o tom de sua voz indicava que algo muito maior estava em jogo.

Antes que ele pudesse questionar mais, Volten virou-se abruptamente, como se o jovem não fosse mais de seu interesse imediato.

— Tá bom, tá bom, agora já chega. Levante-se e vá, veja por si mesmo. Não há como escapar do que está por vir. — disse ele, sua voz ecoando no ar como um presságio. — Você ainda se encontrará com muitos aliados, e com eles, enfrentará o que está oculto neste mundo.

 Volten se afastou com a mesma elegância silenciosa com que aparecera, deixando Haruto sozinho naquela vasta paisagem.

— Mas o que... — Haruto percebe a situação em que se encontra. — Você fala tudo isso e me larga aqui sozinho?? Que tipo de guia é esse?! Ahhh, mas que droga!!! — Ele gritou, mas obviamente, só quem ouviu o grito foi a natureza.

 O silêncio tomou conta do ambiente novamente. Haruto ficou parado por um momento, tentando processar tudo o que acabara de ouvir. Sua mente estava cheia de perguntas, mas a única coisa que conseguia fazer era olhar ao redor, buscando alguma pista, qualquer coisa que o ajudasse a entender sua situação.

Com um suspiro profundo, ele se absorveu aquele ar puro, sua mente clareou, então ele deu conta de que não tinha escolha a não ser seguir em frente. Se queria respostas, precisaria explorar este mundo e, provavelmente, enfrentar os mistérios que ele continha.

E foi com esse pensamento que Haruto deu seu segundo passo em Solaria, rumo ao desconhecido. É uma longa caminhada até chegar em alguma espécie de civilização...

 

 

Capítulo 2: Vilarejo de Eldior e a Mansão Ragenhilde

 

 Após o encontro com Volten, Haruto se viu imerso em um turbilhão de sentimentos e pensamentos. O homem misterioso falara de um destino e de um papel que ele ainda não entendia, mas a sensação de que algo estava prestes a acontecer o impulsionava a continuar. Ele não sabia por onde começar, mas algo dentro de si dizia que deveria seguir adiante, em busca de respostas. E foi assim que ele começou a caminhar, sem rumo certo, pelas vastas terras de Solaria.

O caminho era largo e percorria entre árvores com folhas de cores incomuns, que brilhavam como se fossem feitas de vidro. O som da natureza, mais vivo do que nunca, preenchia o ar, enquanto Haruto caminhava, seus pensamentos fragmentados entre a confusão e a determinação. A ideia de estar em um mundo totalmente novo, com criaturas e magias além da sua compreensão, ainda o deixava inquieto, mas algo de misterioso e fascinante também o atraía.

Após algumas horas de caminhada, ele avistou o que parecia ser um vilarejo ao longe. O cheiro de pão fresco e o som de risos chegaram até ele antes mesmo de ele entrar na pequena aldeia. O vilarejo de Eldior era uma comunidade simples, cercada por campos verdes e cercas de madeira. As casas, feitas de pedra e madeira, tinham um aspecto rústico, mas acolhedor. Haruto sentiu uma estranha sensação de alívio ao ver um lugar onde ele poderia descansar, ao menos por um momento.

Ao entrar na praça central do vilarejo, Haruto notou várias pessoas, todas com expressões amigáveis, mas também com um olhar de curiosidade. No entanto, o que mais chamou sua atenção foi o fato de que, a pessoa mais estranha por ali, era o próprio Haruto, afinal, ele se viu cercado de jovens com orelhas pontudas, cavaleiros de armadura, humanoides com pelagem de tigre...? E ele era... um jovem com cabelos pretos, olhos castanhos, e uma camiseta branca com suspensório, de calça jeans preta e sapatos marrons, sendo ele o mais normal, e o mais incomum ao mesmo tempo. Mas aquilo que realmente distraiu Haruto apesar de tudo isso, era uma linda jovem de cabelos cor violeta e olhos esmeralda, caminhando com uma postura imponente e uma expressão séria. Ela estava acompanhada de uma garota de cabelo longo vermelho, olhos azuis e uma beleza quase etérea, que parecia flutuar, mais do que andar, em sua direção.

Quando a jovem de cabelos roxos notou Haruto, seus olhos se fixaram nele com uma intensidade que o fez sentir uma leve pressão no peito. Ela se aproximou, e o silêncio pairou entre eles por um momento.

—  Por que está me encarando? Você é ...? — A voz da jovem foi baixa e cheia de uma curiosidade afiada, como se ela estivesse tentando decifrar o enigma que ele representava.

 Haruto deu um passo atrás, não esperando essa abordagem direta, mas ainda assim tentou manter a calma.

— Eu? Ah... E-eu... Meu nome é Haruto Takemoto... É-é um prazer! Eu... estou perdido. E como... você se chama? — Sua voz falhou um pouco, ainda tentando entender o que estava acontecendo.

 A mulher de olhos azuis, que observava com uma expressão calma, se aproximou ao lado da jovem e colocou a mão suavemente no ombro dela.

— Ela se chama Althe- — A jovem de olhos verdes olha para a garota como quem parecia estar brava, e com uma certa aflição no olhar. — D-digo... Ela se chama... — A jovem de cabelos roxos faz um gesto com a cabeça, como se as duas tivessem combinado algo. —E-ela se chama Alari! E eu sou Elysia Luneheart. — A garota sorriu gentilmente. — É um prazer também! Parece que o destino trouxe você até nós, Haruto.

 Haruto se sentiu ainda mais desconcertado. O que elas queriam dizer com "destino"? E o que essas garotas sabiam sobre ele?

Elysia olhou para Alari, como se aguardasse alguma aprovação, e então, com um gesto mais relaxado, fez um sinal para Haruto acompanhá-las.

— Vamos. Eu acho que você deve nos contar mais sobre sua chegada a este reino. — Elysia disse, com sua voz gentil e suave. — Seu nome... Foi mencionado por alguém muito importante para mim. Ele pediu para que eu o guiasse, se o visse. Então, devo-lhe convidar para uma caminhada. Você me acompanharia? — Ela sorri, gentilmente.

 Haruto hesitou por um momento, mas algo em seu interior o empurrou para segui-las. Ele não sabia o que encontraria, mas sentiu que essas duas garotas poderiam ser a chave para desvendar mais sobre este mundo.

Enquanto caminhavam pelas ruas tranquilas de Eldior, Haruto não pôde deixar de observar Elysia e Alari mais de perto. A presença de Alari, com seus cabelos curtos e roxos, e postura firme, lembrava-lhe vagamente de algo, alguém que ele não conseguia identificar. Já Elysia parecia completamente serena, como se nada neste mundo pudesse abalá-la.

Eles chegaram até uma rua bem mais larga, que era como uma espécie de ponto de taxi, mas ao invés de taxis, eram carruagens, perfeitamente estacionadas, e enfileiradas, com várias espécies diferentes para as puxar.

— Haruto, como você chegou aqui sem absolutamente nada creio eu, devemos ir até a mansão. Podemos ir? — Ela sorriu, mais uma vez.

—Bom... Não é como se eu tivesse nenhuma escolha. Como pode ver, eu estou completamente perdido e confuso por aqui... — Ele coça a cabeça, e ri de maneira desconcertada.

 Antes que Haruto pudesse reagir, Alari falou em tom baixo, mas firme.

— Não se preocupe, você está em boas mãos, Haruto. Você pode... confiar em mi- q-quer dizer, pode confiar na Elysia! Hahaha... Isso, era o que eu pretendia dizer, não é como se eu me importasse com você ou algo assim... Não quero saber se você está machucado, nem nada! — Ela ri de forma desconfortável, e Elysia logo percebe. — Althea... Você... — Elysia murmura enquanto se aproxima dos dois. — O-o que foi?? Eu já disse, não estou preocupada com ele! — Mas ninguém disse nada... — Haruto e Elysia disseram, simultaneamente. Logo após, um brilho começa a sair das maõs de Alari, ela estende os braços, levando suas mãos ao peito de Haruto, curando suas feridas e cansaço. — A-Alari, isso foi...? Então a magia... Realmente existe por aqui... — Haruto exclama, ainda impressionado com o que viu e com o que lembrou de ter visto com Volten, na floresta.

— Idiota, eu já disse! Não estou preocupada, agora chega! Elysia, vamos partir para a mansão agora! — Alari disse, avermelhada. Haruto suspirou, ainda impressionado com a magia que acabara de testemunhar. Althea, com suas mãos emitindo um brilho suave, curou suas feridas e dissipou o cansaço que havia acumulado durante a caminhada. Elysia olhou para ela com um sorriso divertido, mas não comentou nada.

— Vamos, Haruto — Elysia falou com sua voz suave, ainda calma e serena, enquanto dava um leve aceno para ele. — Não se preocupe, você vai se sentir mais confortável lá. Haruto ainda tentava processar tudo o que estava acontecendo. Magia, criaturas, e agora essas duas garotas tão distintas, mas com algo em comum: um vínculo que ele não compreendia completamente. Mesmo assim, sentia que devia segui-las, algo em seu interior dizia que aquelas respostas estavam ao alcance dele.

 Ele sorriu, de forma tímida, enquanto se aproximava delas.

— Bem, já que não tenho outra opção... vou com vocês — Haruto disse, um pouco mais calmo. Eles então sobem na carruagem, carregada por dois dragões cinza, de médio porte.

 Enquanto viajavam até a mansão, Haruto se perguntava sobre tudo que tinha visto até agora. O que aquele tal "destino" significava? E qual era o papel dele nesse novo mundo? Algo parecia estar se alinhando, mas ele não sabia como ou o por quê.

Eles então, chegam a um grande portão de ferro, ornamentado com símbolos rúnicos, que se abriu automaticamente assim que Elysia fez um gesto suave com a mão. O interior da mansão era espaçoso e elegantemente decorado, com tapeçarias ricas e móveis de madeira escura que exalavam uma sensação de nobreza, mas também de acolhimento.

Alari, mesmo tentando se manter fria, não deixou de dar uma olhada para Haruto, ainda com aquele ar de quem se importa, mas sem admitir.

— Aqui, é a Mansão Ragenhilde, propriedade do meu senhorio, o Duque Volten Ragenhilde. Sinta-se à vontade, Haruto. — Elysia disse, ao segurar as bordas de seu vestido e se curvar, de maneira profissional. —  V-Volten?? Não pode ser... Eu conheço esse nome...! Foi aquele homem que encontrei na floresta! — Ele exclamou. — Então você já se encontrou com o Sr. Volten? Ah... Isso é muito bom então, teehee... — Ela olhou para Alari com um leve olhar, como se pedisse para a outra tomar a dianteira. Ela então diz: — E-eu não sei o que você vai fazer aqui, mas, enfim... — Ela resmungou, tentando não demonstrar muito interesse.

 Elysia, como sempre, manteve sua calma, e deu um sorriso acolhedor.

— Bem-vindo, Haruto. Agora, precisamos conversar, e tenho certeza de que você tem muitas perguntas. Vamos nos sentar e você pode contar tudo o que aconteceu antes de chegar aqui — disse Elysia, guiando-o para uma grande sala com uma mesa enorme de jantar.

 Haruto entra, ainda em choque com tudo o que tinha vivido até aquele momento. Mas algo dentro dele estava começando a se acender, uma chama de curiosidade e determinação.

— Eu… — começou, mas logo se calou, observando as duas garotas. Elas pareciam tão diferentes, mas havia algo misterioso nelas. Algo que ele não conseguia entender. — Eu só… quero saber o que está acontecendo. O que é esse "destino" de que vocês estão falando?

 Alari, sem querer, desviou o olhar, mas não pôde evitar dar uma resposta, mesmo que relutante:

— Isso... não é algo fácil de explicar. Até porque... Também não sabemos. — Ela suspirou. —  Vocês... Também não sabem...? —  Haruto olha para as duas com um olhar confuso, e Alari desvia o olhar. — Tudo o que sei, é que o Senhor Volten me disse que se nos encontrássemos com você, isso então seria algo do destino, e que deveríamos trazer você até aqui. — Ela falou, com a voz mais suave do que o normal.

 Elysia olhou para Haruto, seu sorriso se aprofundando um pouco.

— Mas de qualquer forma... O destino, Haruto, é algo que não pode ser evitado. Mas a jornada para compreendê-lo... essa você tem o poder de escolher.

 A tensão no ar aumentou, e Haruto sentiu que estava longe de descobrir algo importante sobre esse novo mundo, mas, que pelo que parecia, seu papel com certeza não seria de um personagem secundário.

Após essa breve conversa, após Elysia puxar a cadeira e gesticular, ele sentou-se em uma cadeira com uma almofada muito confortável e acolhedora da grande sala de jantar da mansão, com as mãos levemente tremendo enquanto segurava a xícara de chá que Elysia havia preparado. O aroma doce e reconfortante preenchia o ambiente, trazendo-lhe uma sensação de calor e segurança que ele não sentia desde sua chegada em Solaria.

— Está perfeito, Elysia, muito obrigado — Haruto disse, sorrindo levemente.

 Elysia, com um olhar suave, respondeu com um sorriso tímido, seus olhos brilhando de forma serena.

— Fico feliz que tenha gostado. Eu costumava preparar esse chá para minha mãe. Espero que ele traga algum conforto para você.

 Haruto sentiu algo de especial naquelas palavras, como se ali, naquele momento, ele tivesse encontrado não só uma companhia amigável, mas alguém que compreendia um pouco de sua solidão. Ele ainda não sabia o que o futuro reservava, mas naquele instante, parecia que a sua chegada naquele reino não era mesmo em vão.

Enquanto ele tomava um gole do chá, a porta da sala se abriu com um leve rangido. Era Alari novamente, com seus olhos profundos e uma expressão séria, mas ao mesmo tempo, um toque de suavidade.

— Haruto, você poderia me acompanhar ao jardim? Eu preciso conversar com você, é muito importante — ela disse, sua voz suave, mas cheia de uma leve tensão.

 Haruto a observou por um momento, curioso, mas também notando a vulnerabilidade em sua postura. Ele assentiu, deixando a xícara sobre a mesa e se levantando para segui-la. — Com licença, senhorita Elysia! — Ele disse ao se levantar, todo atrapalhado. Elysia sorri, e gesticula com aprovação para que Haruto possa se retirar.

 O jardim estava quieto, a brisa suave fazendo com que as flores se movessem como se dançassem ao ritmo do vento. Alari o conduziu até uma área isolada, longe de olhares curiosos. Ela parecia hesitar por um momento antes de começar a falar.

— Eu... — Alari começou respirando fundo — Eu estava com medo de você, Haruto. No começo, achei que você fosse alguém suspeito, alguém vindo de algum plano sombrio. Mas depois de observar você e... e ver sua reação, percebi que você não sabe nada sobre esse mundo, não é?

 Haruto a encarou por um momento, seus olhos buscando respostas para algo que ele ainda não compreendia totalmente. Ele sabia que tinha que ser honesto, mas também sentia que essa conversa estava prestes a mudar algo em sua vida.

— Não... Eu sou apenas... um cara normal. Bem, pelo menos eu era — respondeu ele, com um sorriso leve, tentando aliviar o peso do momento.

 Alari olhou para ele, sua expressão suavizando. Ela parecia estar buscando algo nos olhos dele, como se quisesse entender a verdadeira natureza de quem ele era.

— Eu sei que você não é de Luminugica, Haruto. Também sei que você tem algo dentro de você. Algo que... talvez eu não deva questionar agora. Mas, sabe, há algo fascinante em alguém que, mesmo em um mundo desconhecido, tenta entender o lugar onde está... Isso é raro — disse ela, com uma suavidade que fez Haruto sentir uma sensação estranha em seu peito.

 Haruto engoliu em seco, sentindo uma emoção que não conseguia identificar. Algo nas palavras dela, a maneira como ela falou sobre a “fascinação”, fez seu coração bater mais rápido. Ele podia sentir uma conexão crescente entre eles, como se, por um breve momento, ela visse nele algo além de um estranho perdido.

Ele não sabia o que aquilo significava, mas a verdade é que ele estava começando a gostar de como Alari o olhava. Aquela confiança que ela começava a depositar nele era algo que ele não esperava, mas desejava. O que ela disse sobre ele, a maneira como parecia vê-lo, fez Haruto sentir uma mistura de gratidão e... talvez algo mais, algo que ele não conseguia definir.

Ele não podia negar o quanto sentia uma atração por sua presença, mas não sabia até que ponto isso iria. Ele não era do tipo que se apaixonava facilmente, mas a maneira como Alari o tratava, a forma que ela parecia se importar... Isso o fazia querer ficar.

— Eu não sei o que acontece comigo nesse mundo, Alari... Mas... obrigado por acreditar em mim — Haruto respondeu, com sinceridade, sentindo algo borbulhando dentro de si.

 Alari sorriu suavemente, os olhos brilhando de um modo peculiar. Ela parecia saber algo que ele ainda não compreendia, mas seu olhar dizia mais do que palavras poderiam expressar.

— Eu não acredito em você, Haruto — disse ela, dando um pequeno passo à frente, fazendo a distância entre eles diminuir. — Eu sinto você.

 Haruto ficou surpreso com as palavras dela, mas então, ela continuou, quase em um sussurro, como se estivesse revelando algo profundo.

— Ah...! M-Mas é claro, eu me esqueci de dizer. Permita-me que eu me apresente novamente. Meu verdadeiro nome é Althea D'Valera. Eu sou da família da Casa Nobre dos D’Valera.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Capítulo 3: Conhecendo esse Novo Mundo

 

 Haruto ficou parado por um momento, digerindo as palavras que acabara de ouvir. Ele olhou para Althea com os olhos arregalados, como se procurasse algum sinal de que ela estava brincando, mas não encontrou nada além de seriedade em seu olhar. O nome "Alari" soava tão diferente, como algo profundo e distante, mas, ao mesmo tempo, fazia todo sentido, considerando a aura majestosa que ela exalava...

Alari... esse não é o nome verdadeiro dela... — ele murmurou para si mesmo, ainda tentando processar a verdade. Mas então, seu cérebro finalmente reagiu, e ele fez a pergunta que estava martelando em sua mente desde o momento em que a conheceu.

— Mas... por que você me contou isso agora?

 Então, Althea suspirou, olhando para ele com uma mistura de empatia e um leve sorriso triste, como se já tivesse previsto que ele faria essa pergunta.

— Porque você já sabe mais do que deveria sobre mim... e este é o momento de te contar sobre este mundo. Se você vai ficar aqui, vai precisar entender tudo, Haruto.

 Ela deu um passo à frente, e o ambiente ao redor parecia ficar mais silencioso. Haruto sentiu a tensão crescer enquanto ela começava a falar, com uma voz que refletia tanto o peso do conhecimento quanto a responsabilidade de compartilhá-lo. — Este mundo... Luminugica... é um lugar vasto e perigoso, onde a magia permeia tudo. Você já deve ter percebido que as pessoas aqui não são como no seu mundo, certo? —  Ela fez uma pausa, analisando sua reação. — Aqui, o poder é medido não apenas pela força física, mas pela capacidade de manipular a magia que flui de tudo ao nosso redor. Essa magia é a essência do que nos rodeia, desde as árvores e as pedras até os ventos e as águas. Mas, como em qualquer poder, ela tem seus custos. —

Haruto então, ergue a cabeça, pois estava pensativo. — Então, a magia... é algo que todo mundo pode usar? — Ele perguntou, com a mente fervendo de novas perguntas.

— Não, nem todos têm acesso à magia, e nem todos têm a mesma habilidade. Existem pessoas que nascem com o dom, outras que o aprendem, e algumas que simplesmente não têm a capacidade de utilizá-la. Mas mesmo aquelas sem habilidades mágicas podem ser formidáveis, como guerreiros ou estrategistas. — Ela fez uma pausa, parecendo pesar suas palavras. — Em relação à nobreza... — Althea olhou para o horizonte, como se visse algo muito além do que estava diante deles. Sua expressão endureceu.

— A nobreza é a classe dominante neste mundo, e a sua influência está em todos os aspectos da vida. Cada reino é governado por um Rei e seus Arquiduques, e eles controlam os recursos, a magia e, muitas vezes, a própria vida das pessoas. As Casas Nobres são diferentes... Elas são compostas por famílias com linhagens mágicas antigas, muitas das quais se consideram acima das demais. Os Arquiduques, são magos poderosos que protegem os reis, e suas habilidades estão em outro nível. Mas o que muitos não sabem é que, por trás de todos esses status sociais, existem organizações secretas que manipulam os eventos do mundo a seu favor. Eu sei, por ter nascido na Casa D’Valera... E por mais que eu tenha esquecido de muita coisa... As Casas Nobres não são brincadeira.

 Haruto ficou quieto, absorvendo cada palavra. Ele não conseguia entender completamente a magnitude das informações, mas sentia uma sensação crescente de que este lugar estava longe de ser simples. Algo maior estava em jogo, e ele estava no meio disso.

— Além dos reinos, existem tribos e culturas que vivem fora da autoridade dos reis. Algumas dessas tribos têm suas próprias crenças e costumes, sendo mais primitivas ou mais místicas do que você poderia imaginar. Elas podem ser aliadas ou inimigas dos reinos, dependendo do que buscam. —  Ela olhou diretamente nos olhos de Haruto. — E quanto aos perigos... o maior deles talvez seja o Culto X.

 Haruto franziu a testa, sentindo um arrepio percorrer sua espinha.

— Culto X? O que é isso?

 Althea fez uma expressão sombria, quase como se fosse difícil falar sobre aquilo. — É uma seita que adora um deus obscuro, eles estão sendo investigados e seus membros vivem sendo caçados por seus sacrifícios humanos e rituais macabros. Eles estão infiltrados em várias camadas da sociedade, manipulando e controlando tudo ao seu redor, em busca de poder e de trazer de volta um ser sombrio que destruiu muitas vidas no passado. O único problema, é que nem as pessoas mais sábias de nosso reino conhecem esse deus...  —  Ela suspirou profundamente.

— Nosso Rei, Claudio von Solaria X sabia sobre eles, mas não pode fazer muito, pois a seita é extremamente bem-organizada e é capaz de esconder suas ações por trás de fachada, com o uso de pessoas poderosas... Para piorar, os membros não essenciais, digo, os peões que são pegos pelos cavaleiros... Acabam preferindo tirar a própria vida do que passar qualquer informação.

 O silêncio que se seguiu foi pesado, e Haruto sentiu a gravidade da situação. Ele estava em um mundo onde nada era simples, onde magia, política e poder se entrelaçavam de maneiras que ele ainda não compreendia totalmente.

— Este é o mundo que você entrou, Haruto. Um mundo de segredos, de lutas e, principalmente, feito de escolhas difíceis. Agora, você tem que decidir de que lado ficará.

 Haruto olhou para ela, sentindo um peso esmagador se instalar em seu peito. Ele tinha muito o que aprender, muito o que entender, mas uma coisa era certa: ele não poderia mais voltar atrás.

Eu... acho que sei... — Haruto murmurou.

 Ele então olhou em volta, e apreciou por um momento– aquela nobre paisagem. Então refletiu– a gentileza no olhar de Elysia parecia genuína, e a preocupação inicial de Althea... Bem compreesível. Talvez Volten possa ser o único em sua lista de pessoas suspeitas por hora, mas mesmo assim, foi ele quem designou Elysia a ter tal hospitalidade, e ainda por cima, o convidou para sua residência. Ele não deve ser tão ruim, mesmo que acabe sendo...

(— O que devo fazer, o que devo dizer... —) Pensou o jovem. Ele então retorna de seus lapsos.

— Althea, eu já me decidi. — A voz de Haruto, embora suave, carregava uma firmeza que antes não existia. Seus olhos castanhos encontraram os dela, transmitindo uma determinação recém-descoberta.

 Althea hesitou por um momento, como se temesse a resposta, mas ainda assim perguntou:

— Hm? Se decidiu...? E qual foi a sua decisão, Haruto...?

 Ele respirou fundo. O peso daquele novo mundo ainda pressionava seu peito, mas agora havia uma chama crescendo dentro dele. Talvez fosse medo, talvez fosse coragem– ele ainda não sabia ao certo, mas uma coisa era clara: ele não podia mais ignorar o papel que o destino parecia ter reservado para ele.

— Eu não sei por que vim parar aqui... nem o que esperam de mim. Mas se existe uma razão para eu estar neste lugar, então eu vou descobrir. Não quero apenas sobreviver. Quero entender o que esse mundo significa e o que eu posso fazer nele. — Ele apertou os punhos, como se quisesse segurar o próprio futuro. — Então... eu decidi ficar. Vou aprender a viver aqui, a lutar, a crescer. E, se for necessário, vou ajudar a impedir que esse tal Culto X ou qualquer outra ameaça destrua a vida das pessoas. Meu novo objetivo de vida agora, será... Viver!

 O vento soprou suavemente, balançando os cabelos de Althea e trazendo o leve perfume das flores ao redor. Por um momento, ela apenas o observou, como se tentasse decifrar algo em seu olhar.

— Essa... é uma decisão perigosa, Haruto — disse ela, em um tom que misturava preocupação e admiração. — Mas... se essa é a sua escolha, eu respeito. E, de certa forma, acho que já esperava por isso. Há algo em você... algo diferente. Talvez o destino tenha nos trazido até aqui por uma razão. — Ela deu um meio sorriso, quase imperceptível. O coração de Haruto acelerou. Não era apenas o peso da decisão — era também a presença dela, o brilho nos olhos esverdeados que pareciam enxergar além das palavras.

— Então... o que acontece agora? — perguntou ele, quebrando o silêncio.

 Althea virou-se, olhando em direção à mansão, cujas torres podiam ser vistas entre as árvores.

— Agora... — ela disse, sem olhar para trás — ...agora a nossa jornada, realmente começa. Mas, antes de qualquer coisa, você precisa treinar. Precisa entender como este mundo funciona... e como sobreviver nele. — Ela o encarou de novo, os olhos brilhando com determinação. — E eu vou te ajudar! Pode ter certeza!

 Haruto sorriu, um sorriso tímido, mas sincero. Pela primeira vez desde que chegou a Luminugica, sentiu que talvez, apenas talvez... ele realmente pertencesse àquele mundo.

Althea olhava para os lados, e percebeu a presença de Elysia em uma das janelas, apenas sorrindo. Ao avistar Elysia, ela incha as bochechas e cora profundamente, fumaça saindo de sua cabeça pela vergonha que sentia.
— E-Elysia estava observando a gente esse tempo todo!! Aaaaaaaahhh!! Que vergonhoso!

Haruto olha fixamente para Althea por um tempo, depois se depara com Elysia na janela, que ao ser vista por Haruto, se agacha para se esconder. Ele então cai na gargalhada.

— D-d-d-d-d-d-do que você está rindo, seu idiota??! Arghh... Chega!! Magia de Rank 3: Liverato!! — Althea lança um feitiço, que atravessa o corpo de Haruto com ondas de eletricidade, o que faz ele levar um choque intenso.

— AHHHH!! Isso dói!! — Haruto desmaia cai no chão, derrotado pela temida Althea.

— M-me desculpa!! Ah, céus, você está bem Haruto? — Ela agacha e põe a cabeça dele em suas coxas, curando seu rosto com magia. — M-m-me perode... É que você estava rindo de mim, eu fiquei com vergonha...

— A-Althea...? — Haruto disse, parecendo estar desnorteado. — Ahh... Que bom, eu ainda estou sonhando...

— Sonhando, mas como assim?

— Eu já estava desesperado, pois pensei que, se eu levasse outro choque como o de um raio, eu voltaria ao meu mundo original... Mas que bom que eu ainda estou aqui...

— N-nossa, Haruto... Parece que você não gosta muito do seu mundo...

— Eu... pois é, de fato, eu não gosto. Sabe, Althea... — Ele desvia o olhar que estava nos olhos de Althea para contemplar a paisagem. Se eu desconsiderar meus pais, eu nunca gostei de onde eu vim. As pessoas são horríveis, e não existem pessoas tão bondosas quanto vocês que me acolheram mesmo eu estando completamente perdido, já que éramos estranhos até então, e agora, você me dá até choques elétricos, haha... A Elysia também, é tão gentil e cuidadosa...

— Eu entendi... Mais saiba, Haruto. Além do Culto X, existem várias pessoas perigosas neste mundo. Assassinos, sequestradores, corruptos, entidades malignas, bruxos... Nem tudo nesse mundo é perfeito.

— ... Está bem. — Ele sorriu.

— ? Está bem...?

— Está tudo bem, senhorita Althea. Eu já sabia que não iam ser só flores. Mas pelo menos aqui, eu tenho outras possibilidades, e tantos caminhos que eu posso escolher. Eu acho isso incrível demais! Mal posso esperar para ser um mago cavaleiro!
— Ah! — Ela corou novamente, com um sorriso espontãneo. — Haruto... Quer mesmo isso?

Ele volta a olhar para Althea — Eu quero sim. É isso que eu quero agora, e eu não volto atrás com as minhas palavras. Está na hora de começar a vida do zero.

—D-do zero... H-Haruto, a sua cabeça...

— A-a-a-a-ahhh- P-perdão senhorita Althea!! — Haruto rapidamente se levantou e logo começou a levantar e abaixar a cabeça rapidamente. — Sinto muito, sinto muito!
— E-e-está tudo bem, até porque fui eu quem colocou você naquela posição... — Ela dá um sorriso, visivelmente envergonhada. — Mas enfim! Tem muitas pessoas que você deve conhecer, tem a Vespera, tem o Caelum, a Alessia, e a senhorita Crusch! Eles são da guarda real. Tem também a senhorita Sabrinna, a senhorita Milena, a Mimi e a Mibi, o Sr. Vilrein... Aah! Falei demais, não é... — O sorriso dela ela claro ao mencionar seus amigos e companheiros.

— Está tudo bem, eu... Eu adorei ver você falar todos esses nomes! Está claro que você gosta muito dessas pessoas, não é? Se eles forem tão amigáveis como você e a senhorita Elysia, eu quero ser amigo deles, assim como quero ser seu amigo, senhorita Althea!

— M-meu amigo? — Althea fica vermelha, com lágrimas quase saindo para fora dos seus olhos. — M-mas é claro... Nós podemos ser amigos sim!

Haruto fica levemente corado e sorri de alegria por ouvir essas palavras. Ele sente que a relação entre ele e Althea, é muito especial, e ainda terão muitos momentos felizes para compartilhar com ela.

— Eu fico... muito feliz! — Ele sorri, uma feição mais brilhante que o próprio sol.

Os dois dão algumas risadas, e admiram a paisagem naquele lindo jardim, juntos. Agora sim, com amigos, e com um caminho a seguir, com as pessoas certas, a jornada de Haruto Takemoto realmente começou.

— Mas... o que é isso...

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chuuni
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