Escrevo porque não sei existir de outro modo.
Cada história que crio é um reflexo distorcido do que vive dentro de mim — fome, escuridão, redenção e o peso dos mundos. Não invento apenas mundos; moldo-os com pedaços da minha própria vida.
Por muito tempo, caminhei em uma estrada que não escolhi.
Fui moldado por circunstâncias que nunca pedi, carregando silêncios e lutas que pareciam não ter fim. A escrita se tornou a única maneira de arrancar para fora o que o mundo tentou enterrar em mim. Cada personagem quebrado, cada sombra persistente e cada batalha impossível carrega um traço meu.
Não escrevo para ser entendido.
Escrevo para que sintam — o frio, a tensão e a beleza cruel que existe mesmo nos piores abismos.
Minhas histórias não são apenas ficção. São partes de mim, espalhadas em mundos que talvez só existam porque um dia precisei sobreviver.