Chapter 2:

Capítulo 2: O Preço do Silêncio

Zumbi: Silêncio da Horda


A horda se aproximava, os gemidos dos zumbis lentos misturando-se ao grunhido grave do blindado. 

Joseph Fox permanecia agachado na neve, o fuzil M4 com silenciador apontado para o zumbi vermelho, que agora corria na direção do jipe estacionado a 50 metros. 


O motor do veículo, ainda ligado, era um farol sonoro, atraindo sombras de todos os lados 

— lentos arrastando-se pela estrada, rápidos surgindo das árvores, e aquele blindado, uma massa de carne e ossos endurecidos, avançando como um tanque. 

O frasco dentro do zumbi vermelho era a prioridade, mas o barulho do jipe complicava tudo. Joseph sentia a fome apertar, o estômago roncando tão alto que temia ser ouvido. 


Seu relógio de pontos marcava 40 pontos, insuficientes para os suprimentos que ele e Marcelo precisavam.

"Joseph, o blindado tá vindo pra cá", sussurrou Marcelo Brooks, a faca de cozinha tremendo em sua mão. 


O adolescente, encolhido ao lado do trator enferrujado, segurava o revólver .38 sem silenciador, uma arma que seria inútil sem alertar mais zumbis.


Seus olhos, arregalados, alternavam entre o zumbi vermelho e os dois estranhos perto do jipe — a mulher com o machado e o homem com a espingarda, alheios ao perigo. 


O relógio de Marcelo vibrou, mostrando uma nova notícia: Horda avistada em Refúgio Alto; Porto Claro reforça patrulhas.


 Ele engoliu em seco, a fome fazendo sua visão embaçar."Foco, garoto", murmurou Joseph, ajustando a mira. O vermelho primeiro. Depois decidimos o que fazer com eles.


 Ele sabia que ajudar os estranhos podia custar caro 

—tempo, munição, talvez a vida. Mas ignorá-los e saquear o jipe, como Marcelo sugerira, ia contra as leis que ele queria estabelecer na base que planejava: nada de matar ou roubar. 

Ainda assim, a tentação era forte. Comida, gasolina, pontos 

— tudo isso estava no jipe, e eles estavam à beira do colapso.O zumbi vermelho estava a 30 metros do jipe, movendo-se com uma velocidade assustadora. Joseph respirou fundo, o silenciador alinhado. 

Um tiro limpo na cabeça, e o frasco seria deles. Ele apertou o gatilho. 


O som abafado do disparo mal ecoou, e o zumbi vermelho caiu, a cabeça explodindo em uma nuvem de sangue escuro. 

Marcelo soltou um suspiro aliviado, mas Joseph já estava em movimento, rastejando para o corpo. Fique aí", ordenou, pegando uma luva improvisada de couro para coletar o frasco sem tocar no fluido infeccioso. 


O frasco, um tubo viscoso brilhando em vermelho, foi guardado na mochila. Um passo para a vacina. Mas o alívio durou pouco.

 O homem do jipe, sem perceber a horda, gritou algo para a mulher, e o som atraiu os zumbis rápidos. 

Três deles correram na direção do veículo, enquanto o blindado, a 100 metros, virou sua cabeça grotesca para o barulho. 

Joseph praguejou baixo. Amadores, murmurou, voltando para o trator. "Eles vão morrer, e nós vamos pagar o preço.


Joseph, a gente pode usar o jipe pra fugir", sussurrou Marcelo, os olhos brilhando com esperança.

 Se eles morrerem, pegamos tudo. Comida, pontos, talvez até um silenciador pro meu revólver.


Joseph olhou para o garoto, o peso da escolha esmagando-o. 

Marcelo não era mais o menino assustado que encontrara meses atrás, mas ainda pensava como um sobrevivente egoísta. 


Joseph, com seus 45 anos e cicatrizes de guerra, sabia que liderar significava mais do que sobreviver

— era manter a humanidade. Mas a fome, o cansaço, e o mapa no relógio mostrando um núcleo próximo o faziam hesitar. 

Se salvassem os estranhos, poderiam negociar pontos ou suprimentos. Se os deixassem morrer, o jipe seria deles, mas a culpa o perseguiria.


"Sem saques", decidiu, firme. "Vamos ajudar, mas com cuidado. Pegue a faca, nada de tiros." Ele ergueu o fuzil, mirando os zumbis rápidos que se aproximavam do jipe.


 A mulher com o machado finalmente notou o perigo, golpeando um rápido, mas o homem disparou sua espingarda sem silenciador. 

O estrondo ecoou, e os gemidos da horda aumentaram.


O blindado acelerou, a neve esmagada sob seus pés deformados.

"Corra!", gritou Joseph, quebrando o silêncio. Ele e Marcelo sprintaram para o jipe, esquivando-se dos lentos. Joseph disparou duas vezes com o silenciador, derrubando dois zumbis rápidos.


 A mulher girou, surpresa, o machado pingando sangue. 

Quem são vocês?", gritou, enquanto o homem recarregava, atrapalhado.

"Não importa", respondeu Joseph, parando ao lado do jipe.

 Desliguem o motor, agora, ou estamos todos mortos." Ele apontou para o blindado, agora a 50 metros, seguido por uma dúzia de lentos.

 Marcelo, ofegante, cortou um zumbi lento com a faca, mas seus movimentos eram lentos, a fome cobrando seu preço.

O homem hesitou, mas a mulher, com um olhar firme, desligou o jipe.

 O silêncio caiu, quebrado apenas pelos gemidos. "Vocês têm pontos?", perguntou ela, prática. "Podemos negociar, mas precisamos sair daqui.


Joseph trocou um olhar com Marcelo. Negociar era melhor que saquear, mas o blindado estava perto demais. 

"Cem pontos e comida pra nos tirar daqui", disse Joseph, sabendo que era um blefe 

— ele tinha só 40 pontos. "E usem armas silenciosas, ou atraímos mais.

Antes que a mulher respondesse, o blindado soltou um rugido, e a horda acelerou. 

O mapa no relógio de Joseph piscou, alertando: Núcleo a 500 metros; destruição urgente. E

le segurou o fuzil, a mente dividida entre o frasco na mochila, os estranhos, e a horda. Salvar o grupo exigiria silêncio e sorte.